quinta-feira, 21 de agosto de 2014

Crônica III - participação olimpíada de língua portuguesa 2014

         AMOR NOS DIAS DE HOJE

 Amor nos dias de hoje Em uma manhã de sábado, após o meu curso, sentadas em um banco, eu e uma amiga estávamos conversando sobre coisas clichês que acontecem por volta dos catorze anos, paixões correspondidas e não correspondidas, ilusões e desilusões, roupas, sapatos e coisas da adolescência.


         Enquanto ouvia seus desabafos, notei na calçada a frente, um senhor e uma senhora de idade que estavam caminhando, com roupas esportivas (que achei até engraçadas para pessoas da idade deles). Estavam de mãos dadas, enquanto na mão esquerda do homem estavam algumas sacolas. Logo imaginei que ele as deveria estar carregando para a senhora, muito cavalheirismo da parte dele. Os dois conversavam, sorriam, olhavam um para o outro atenciosamente e davam risadas. Pareciam até um casal de adolescentes, aqueles que acabam de se conhecer, os sorrisos bobos por qualquer palavra simples.

         Agora você deve estar se perguntando Mas aonde você quer chegar com isso?. Não foram ao certo as roupas, a gentileza dele ao carregar as sacolas pra ela e muito menos as mãos dadas que me chamou atenção. Enquanto observava atentamente os dois, a primeira coisa que me veio em mente foi sobre um sentimento, aquele sentimento que alegram muitos, mas que deixam feridas em outros, nada mais óbvio, o tal do amor.
Amor nos dias de hoje virou algo insignificante, barato, sem valor algum. Cada vez mais pessoas dizem amar quando na verdade nem sabem o significado disso. Pessoas que se conhecem ontem, e amanhã já estão fazendo juras de amor eterno.

          Podem me achar um pouco careta por dizer isso. Mas não acho que aquela pessoa que você conheceu há pouco tempo seja capaz de amá-la verdadeiramente. As pessoas dizem eu te amo como se fosse bom dia. No meu ponto de vista, um gesto de carinho vale muito mais do que palavras fortes como essa. Existe uma enorme diferença entre amor e paixão. Amar é acreditar em algo impossível, é desejar a felicidade de alguém independente se ela precisa ou não de você pra isso. Palavras são ditas no calor do momento, promessas são feitas e perdem seu valor porque, na verdade, nem metade delas se cumpre ou são verdadeiras.

         E agora o que tudo isso tem a ver com os dois velhinhos? Aquilo pra mim é amor. Duas pessoas nesse ponto da vida, muitas vezes incapacitadas de fazer o que faziam enquanto jovens, dar o carinho, o beijo, ter a energia que tinham trinta, quarenta, cinquenta anos atrás. Mas estão ali. Cuidam, dão atenção, nem que pra isso seja preciso permanecer ao lado dela o resto de sua vida. Essas sim podem dizer e ensinar sobre o amor. Elas sim seguem rigorosamente a frase: Estou aqui para o que der e vier. E se apaixonam todos os dias como se fosse a primeira vez. Até mesmo para caminhar de mãos dadas por aí, em um sábado comum, e mostrar para todos o que é o amor.

Bianca Gabriele Albuquerque Escanferla - 9º ano B - Ensino Fundamental 2014    

 Professora Miriam Bottino
      


Um comentário:

  1. Ser capaz de falar de amor, entregar-se ao amor, viver o amor não é fácil. Feliz de quem é capaz disso.

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